Aqui eu anseio por isso, aí me afoga.
Esse filme não tem a forma de água.
Com essa contradição, ele se move minuto a minuto na simultaneidade de diferentes continentes e realidades. Entre tentativas cegas e desamparadas de seres humanos de obter autocapacitação. Também contra a falta de clareza.
Nada flui, nada se insere. A questão sobre a intenção de acessos cênicos, sobre o enaltecimento de momentos encontrados não dá em nada. Nesse ponto, no entanto, nasce algo superior, a paisagem de pedregulhos torna-se tangível. Algo real pode ser compreendido intuitivamente. Tentativas cegas de conter a água ou evocá-la – e: Como ela soa realmente?
Surge a sede. Sede cega e furiosa. O desejo de se encostar, de se segurar, de se orientar. As vislumbres de um corrimão permanecem uma ilusão. Como pedaços de um rochedo, os acessos episódicos individuais em sua natureza angular e fragmentária indicam uma, sua possível origem.
Nenhum elemento pseudoesotérico! Em vez disso, o filme desfolha o poder nu e frio da água sobre a vida. Não, não há corrimãos nessa paisagem de pedregulhos. Aí vocês têm de passar sozinhos por…
Divirtam-se!
(Tradução: Alexander Ribeiro)